quarta-feira, 29 de julho de 2015

Roda...

Roda mundo, gira, renova, inova. Roda mundo, roda que eu tenho algum coisa aqui presa no peito querendo sair. Anda que esse negócio me sufoca e eu preciso respirar, ele pesa e eu preciso de um alívio. Renova que me disseram que dele eu tenho muito e que não tenho pra quem dar. Inova, me deixa fazer e acontecer, por que eu sou, eu não acho, eu sinto, eu não penso. E esse negócio me transborda e se acumula pelos passos que dou, escorre pelos meus cantos, percorre meu corpo e desce pelas minhas pernas. E sobre o meu coração já inchado desse troço não quero nem contar, por que se eu começar ele crescerá mais ainda! Roda mundo, roda pra eu encontrar esse alguém pra beber de mim, pra consumir isso que me encobre e me enobrece. Roda mundo, roda..

Até a próxima página...
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segunda-feira, 27 de julho de 2015

Mundo...

Me deixa ganhar o mundo, deixa o vento me guiar, deixa o destino vir, deixa o tempo passar. Me deixa sonhar, me deixa voar, me dá linha pra eu seguir, mas não perde a guia pra eu saber voltar. Confia que você me criou bem, porque eu tô com a cabeça no lugar e depois de tanto tempo nada me encanta tão fácil assim. O mundo me cabe e nele eu me acho, não vai ser hoje, nem amanhã, mas perdida eu não estou, só preciso da vida pra me guiar. Sei que não vai ser fácil e nem to esperando que seja. Vou desviar das pedras, saltar umas e tropeçar em outras, mas nada vai me abalar, confia e reza por mim que eu vou conseguir. E se em algum momento eu sentir que não dá mais eu vou embora. Me dá sua bênção que isso é tudo o que eu preciso agora pra ganhar o mundo.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Reboliço...

E como um furacão, que passa e vai embora, você veio. Causando um reboliço, me tirando do chão, bagunçando tudo. E depois que você foi tava tudo espalhado, coração, boca, mão, o céu tava pra baixo e eu já não sabia qual era o meu caminho. A tragédia tava feita e do meu muro de contenção só sobravam as ruínas. E agora o que me restou foi um terreno vazio pra recomeçar, céu aberto e um dia claro. O vento que você deixou pra trás é morno e me aquece o peito. A calma que ficou comigo me abraça e me conforta. A confusão e a dor você levou consigo. E esse acalento me aqueceu o coração num momento em que eu já havia me acostumado com o frio. E como num lago calmo que engana você me engoliu e lavou minha alma. E nesse susto eu senti mais do que eu esperava, senti você me tomando meu corpo por inteiro, preenchendo os espaços vazios, me revolvendo no fundo e meus planos de só molhar os pés foram esquecidos em meio a esse mergulho desenganado. De alma lavada e coração leve eu me deito ao sol sentindo-o me aquecer o rosto e fazer florescer o sorriso, que havia a muito desaparecido.
E agora, vendaval, que você passou e só deixou as ruínas pra eu reconstrui? - "Agora, meu bichinho, começa de novo."

Até a próxima página...

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