quinta-feira, 23 de abril de 2015

Chamar...

E eu ainda tento de tudo pra chamar sua atenção. Olho nos seus olhos, mexo no meu cabelo, pinto a minha boca. Olha pra mim! Eu quero que você me note, quero que você repare, quero que você me chame. Me chama pra falar bobagem, daquela série de tv, me chama pra tomar um chopp, uma cerveja sem hora. Encosta em mim. Me toca como que por acaso, como quem não quer nada, sem querer. Roça os seus dedos no meu braço, me deixa arrepiada com o calor da ponta dos seus dedos. Me chama baixinho, assim no cantinho e me pede um presente. Me fala mansinho, assim devagarinho, que não vai me deixar.
Me deixa, deixa eu me jogar contra o seu corpo, deixa eu te abraçar um pouco, só pra dizer "até mais".

Até a próxima página...

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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Abraça...

Me abraça e me beija como se eu fosse a única mulher da sua vida.
Me aperta como se nunca mais fosse me soltar, me olha como quem tenta decifrar minha alma.
Suspira.
Busca palavras, encontra, as perde.
Me olha, me busca, me pede ajuda.
Sorria sem jeito, me encanta.
Respira, começa de novo.
Me aquece o peito, clareia minha mente, me acalma a alma.
Doce, desesperado, como quem busca a tábua da salvação, num mar que te puxa e te afoga.
Me dá a mão.
Me deixa ser parte de você, seja parte de mim.
Me completa, preencha meus espaços, minhas lacunas.
Escreva seu nome em minh' alma, permita-me sentir tua voz reverberar meu ser.
Deixe-me viver esse sentimento sem represálias, me abandone ao acaso, quebre-me em pedaços.
Ajude-me a recolhê-los cole-os aos pouquinhos, faça-me sorrir, me abraça, me aperta, me sufoca.
Me deixe...

Até a próxima página...

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terça-feira, 7 de abril de 2015

Queimar...

Ele desce quente
me queimando por dentro
preenchendo meu vazio
alimentando a minha fome

Ele me invade quente
reconfortante
como quem chega em casa
e me abraça
e me beija.

Ele me envolve,
me encobre,
me inebria,
me sufoca.

Ele queima,
sobe à minha mente
toma meus pensamentos
aquece meu peito,
seca minhas lágrimas.

Destila minha dor,
suaviza minhas feridas,
encaixa os meus cacos.

Até a próxima página...

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sexta-feira, 3 de abril de 2015

Limtes...

Os seus limites você descobre depois que se joga do penhasco. Depois que você se deixa apaixonar e permite que essa pessoa invada e complete a sua vida. Esses limites [de amar] nunca são impostos, são apenas descobertos e com o tempo você percebe que é capaz de muito mais coisa por alguém que ama do que pensou em sua vã adolescência. O amor te exige muito mais do que acordar de madrugada pra ouvir seu amor dizer que chegou agora em casa, completamente bêbado, mesmo que você precise madrugar no dia seguinte. E você ouve, preocupada, querendo saber se tá tudo bem e se o pileque não virou um porre e ele estará colocando pra fora a alma pela privada. Exige muito mais paciência, muito menos orgulho, muito mais convivência e prioridade. Você aprende a se deixar ser a última prioridade, porque todo o mundo é mais importante do que a sua vontade egoísta de estar ao lado, de compartilhar um momento, de amar com o toque. Quando você descobre que o seu limite é muito maior do que você pensava. E que apesar de não te procurar nunca, você corre atrás e se não corre, sabe que vai correr no primeiro "oi" que ele te der.
Amar desenganada, quando você sabe que não há cura, mas você ama mesmo assim, contra todas as suas expectativas. Amar é se jogar de um penhasco, sem olhar pra trás, se importar com o quão difícil será quando o solo chegar e não houver ninguém pra te amparar. Vai machucar, muito, haverão cacos espalhados por todos os lados e muitos você não vai querer recolher, mas recolha, todos os pedaços de você são importantes. Ponha tudo numa sacola e leve pra onde você for. Um passo após o outro, caminhe, independente da sua vontade de caminhar. Um dia, eu prometo, haverá alguém pra ajudar a montar o quebra-cabeças que você se tornou. Alguém disposto a te fazer prioridade, alguém disposto a ser parte de você. Paciência, esse alguém vai chegar.

Até a próxima página...

=*

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Despertar...

Hoje eu tive um sonho, do qual eu queria muito despertar. Ele me mostrava uma realidade que doía muito e que eu não queria ver. Acordei com aquele peso no peito que tenho quando sinto sua falta. E por um momento eu desejei que esse sonho não fosse realidade, que eu iria poder te ligar e te contar sobre esse sonho ruim e que você me confortaria dizendo que seria impossível isso acontecer...
Mas não é.
Eu acordei sozinha, sem você pra me confortar, mesmo de longe. Acordei com a dúvida de que  se vai ser assim mesmo por mais um ano. Se eu vou continuar te amando desse jeito, desprotegida, e você vai continuar se distanciando como quem foge com medo de se envolver.
Eu acordei sozinha, sabendo que hoje eu ia precisar falar com você e que mesmo querendo eu não poderia, ou não deveria, ser como eu gosto de ser, aquela tagarela que escreve textos e mais textos pra no fim receber um "blz". Acho que uma parede consegue ser mais eloquente e simpática do que você. Mas mesmo assim obrigada pela educação em responder e tentar começar uma conversa, mas, sinceramente, eu não quero continuar nessa conversa em que você começa e no fim acabo eu falando sozinha.

Até a próxima página...

=*